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Do protonacionalismo ao pós-colonialismo

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Colonização e descolonização, duas faces de uma mesma moeda que é o colonialismo. Descolonização cujo protagonista foi o colonizado começa como resposta do colonizado à colonização, a colonização encerra-se como resultado da descolonização...

O colonizado descoloniza, o colonizador coloniza, nunca o contrário. Por isso é necessário o colonizado fazer uma luta de libertação nacional, forçando o opressor a aceitar o princípio da descolonização. Esta tese tão simples para qualquer colonizado dificilmente é aceite pelo quadro mental dos que exercem o poder dominante sobre outro povo, sempre considerado inferior, atrasado, ou mesmo bárbaro.
Um dos pontos fortes deste livro (e há tantos!) é o de explicar aos conterrâneos do autor que Portugal, possuidor a um momento dado da História de um imenso império espalhado pelo Mundo, nunca aceitou o processo de libertação que os novos tempos ditavam e foi essa razão que o levou a ficar na última carruagem do comboio da modernidade, acorrentado por uma ditadura retardatária e bolorenta, para sofrimento inclusivamente da própria população em nome da qual explorava e oprimia os habitantes das suas colónias.
O general Pezarat Correia apresenta-nos um quadro geral muito completo do que foi esse processo de descolonização, ao arrepio da vontade da elite governante portuguesa, com referência especial para o caso angolano, tratado com particular profundidade. Tendo sido um dos oficiais patriotas que participaram na acção libertadora do seu país, o 25 de Abril de 1974, com seis comissões nas colónias, o autor estava capacitado e motivado para abordar o assunto, não só com conhecimento de causa, mas com empatia em relação aos colonizados que se rebelaram. Nalguns casos, como muito bem refere, eram rebeliões de séculos, dominadas mas retomadas algum tempo depois, pois as populações recusavam com determinação o jugo colonial.
Foi o caso do território que hoje é Angola, o qual teve os primeiros contactos no século XV com a potência europeia que viria a ser sua colonizadora.
Eram tempos de ousadia e tenaz sacrifício, devemos convir, aqueles em que algumas frágeis caravelas esquadrinhavam o oceano à procura de uma passagem para o oriente, escolhendo pontos de apoio na costa ocidental africana.
Desde essa altura os contactos foram sendo cada vez mais frequentes e a certa altura deixaram de ser pacíficos e entre semelhantes, para se desequilibrarem numa sucessão de enredos, combinações, negócios escuros, até se chegar aos primeiros conflitos.
No entanto, Pezarat Correia não faz a história da colonização, dela apenas aponta alguns factores que justificam as recorrentes tentativas de libertação por parte dos colonizados, e de forma cada vez mais consciente até atingirem o estádio da afirmação de uma identidade própria, mais tarde gerando um projecto nacional. O que ele conta é o processo da descolonização e todas as suas fases,
com particular destaque para o período de antes e depois do 25 de Abril.
O leitor angolano vai encontrar muita referência a acontecimentos, propostas, actuações de grupos ou de pessoas, que nunca terá conhecido ou de que esquecera muitos detalhes. As condições da época, a caracterização dos agentes intervenientes, as tentativas individuais ou partidárias, os sucessos e falhanços, os avanços do processo e os recuos, tudo está neste livro, para que se tenha uma visão esclarecida do que foi o difícil parto de uma Angola independente e as tragédias que ainda continuaram a abater-se sobre o seu povo até à tão sonhada paz de 2002.
É muito importante conhecer os passos e as posições de intervenientes de todo o lado, pois as intromissões foram numerosas e constantes e dizem muito sobre o mundo que é o nosso. E é instrutiva a leitura, sobretudo se a narrativa desses factos é feita de forma equilibrada e isenta, como acontece com este livro, escrito por alguém com ideias próprias, situando-se sempre como actor de um lado, mas sem nunca perder de vista o outro. Também gostaria
de realçar um aspecto relativo ao general Pezarat Correia. Nesta obra, nunca é referida qualquer acção ou opinião manifestada em nome próprio. O autor está fora da narrativa. No entanto, como oficial do Movimento das Forças Armadas e como pessoa, profundamente honesta e humana, teve papel de relevo em algumas situações decisivas. Diferentemente de uns tantos que escrevem memórias ou testemunhos apenas para tentarem pôr em relevo os seus “gloriosos” feitos e sua “esclarecida visão de futuro”.
…DA DESCOLONIZAÇÃO
As pessoas que directa ou indirectamente participaram neste processo da libertação e guerra civil terão, como é óbvio, a sua versão própria. E muitas poderão percepcionar opinião diferente sobre detalhes ou posições particulares do autor. É normal. Actores intervenientes numa acção, estando do mesmo lado, podem ter visões discordantes quando analisam e discutem o passado comum. É o que se pode chamar, um ponto de vista diferente, dependendo do local de onde se olha, ou também do tempo que passou. Com muito mais
razão se se trata de uma narrativa sobre processos intrincados e prolongados como os que aqui se relatam. Não haverá pois unanimidade sobre este livro. Pode até ser bastante polémico. Por vezes é esse mesmo o objectivo de quem descreve um acontecimento ou uma sucessão infinita deles. No entanto, o que consta deste livro vem de um enorme trabalho de recolha, de análise, de reflexão profunda. Basta ver a vastíssima bibliografa apresentada. Podemos no entanto considerar que haverá algumas informações detidas por alguém e que
não chegaram ao autor sobre pormenores, mais ou menos relevantes, o que sempre acontece quando se põe ombros a um trabalho de Sísifo como este. Essas inevitáveis falhas não afectam de qualquer modo o mérito inegável deste trabalho.
No futuro, será difícil ignorar o presente livro do general Pezarat Correia, em particular para quem queira compreender as razões e o modo de descolonização das colónias portuguesas e como este processo tempestuoso afectou e continua a afectar o seu próprio futuro.

Para finalizar, retiro mais uma lição deste trabalho, mesmo se ela não vem expressa de forma tão linear: o povo português e os povos das colónias portuguesas estiveram ligados, sem muitas vezes o saberem, no mesmo interesse estratégico de acabarem com o sistema colonial e para esse fim contribuíram, de uma ou outra maneira. Estivemos juntos e devemos continuar juntos, agora para o desenvolvimento e o progresso.

Pepetela
Luanda, Agosto de 2018

PEDRO de PEZARAT CORREIA
Nasceu no Porto em 1932. Curso liceal no Colégio Militar, licenciatura em ciências Militares na Escola do Exército, em 1954,
doutoramento na Universidade de Coimbra com distinção e louvor em 2017. Major-general reformado. Seis comissões na guerra colonial
(Índia, Moçambique, Angola e Guiné). Participante na movimentação militar que desembocou no 25 de Abril de 1974, integrou o Conselho da Revolução e, nessa qualidade, comandou a Região Militar do Sul.
Na FEUC fundou e lecionou a cadeira de Geopolítica e Geoestratégia. Conferencista no IDN, UAL, e outros institutos superiores
militares e civis.

Autor de Centuriões ou Pretorianos; Descolonização de Angola
– A Joia da Coroa do Império Português; Questionar Abril...; Angola – Do Alvor a Lusaka; Manual de Geopolítica e Geoestratégia; Guerra e Sociedadee coautor em muitas dezenas de livros e trabalhos sobre geopolítica e geoestratégia, estratégia e conflitos,
25 de Abril, guerra colonial e descolonização.
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Título: …da descolonização.
Do protonacionalismo ao pós-colonialismo

Autor: Pedro de Pezarat Correia
Copyright 2018 © Autor e Mayamba Editora
Reservados todos os direitos para esta edição
Colecção: Biblioteca da História
Edição: Mayamba Editora, Luanda-Angola
sob cedência de Book Cover, Porto-Portugal, para Angola.
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Design e paginação: Book Cover
Imagem de capa: Nzinga e o seu Séquito (1687),
Manuscrito de Cavazzi (missionário capuchinho)
Impressão e acabamento: Eigal
1.ª edição: Luanda, Janeiro de 2019
Tiragem: 2.000 exemplares
ISBN: 978-989-761-198-8
Depósito legal: 8686/2018
Edição patrocinada por SONANGOL
Província Município Comuna
Luanda Belas Kilamba
Luanda Belas Vila Verde
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Luanda Cacuaco Kikolo
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