O desafio da História, do historiador ou daqueles quanto se debruçarem sobre determinado período ou protagonista não é de afirmar categórica e lapidarmente a obra deixada, vulgo o legado de um Presidente da República, mas sim fazer luz sobre os factos, explica-los e contextualiza-los. Desafio esse tanto mais difícil quando mais em cima dos factos narrados ou ajuizados. Ou seja, o legado dos Presidentes da República serão o conjunto das percepções que ficam depois da espuma dos dias.
Se outras razões não justificarem, pelo menos aqui fica a sugestão aos especialistas para a explicação, científica e metodologicamente assumida dos factos dos maiores protagonistas da história recente de Angola como é o caso do Presidente José Eduardo dos Santos e que a presente obra procura fazer. E que esta explicação ajude a compreender, ainda melhor, o legado que deixa para Angola.
Carlos Maria Feijó - in Nota introdutória

Patrício Batsîkama Mampuya Cipriano é historiador (Universidade Pedagógica Nacional/Kinshasa) e historiador/Filósofo de Arte (University of Plymouth, Reino Unido); Doutor em Antropologia, pela Universidade Fernando Pessoa/Porto-Portugal; foi investigador científico auxiliar no Museu Nacional de Antropologia em Luanda (1995-2000) e curador de várias exposições individuais e colectivas em Angola e no estrangeiro.
Publicou Etonismo: filosofia da razão tolerante (Pensador/LS Editora: 2009), estando no prelo, na mesma linha de investigação Etonismo: filosofar no belo muntu-angolano (Editorial Estampa, Lisboa). Tem artigos publicados em jornais e revistas, um dos quais, publicado na revista científica SANKOFA, Ano III, Julho 2010, versa precisamente sobre o tema deste livro – “As origens do Reino do Kongo segundo a tradição Oral”; Introdução à História das Artes em África; Nação, Nacionalidade e Nacionalismo em Angola e O Legado de José Eduardo dos Santos para a 3ª. República (sua mais recente obra).