Quando o navegador português Diogo Cãochegou à foz do rio Zaire, em Abril de 1483, o Congo era um reino forte e estruturado, cuja chefia máxima cabia ao Mani Congo. Formado por grupos da etnia Bantu e abrangendo grande extensão da África centro-ocidental, compunha-se de seis estados ou províncias, com a capital em Mbanza Congo.
Depois dos primeiros contactos pacíficos estabelecidos com os portugueses, o Mani Congo enviou, em 1488, uma embaixada ao rei português, formalizando o seu desejo de se converter ao Cristianismo e deixando claro que pretendia que os dois reinos se igualassem nos costumes e na maneira de viver. Ao ser baptizado, o Mani Congo adoptou o nome do rei de Portugal, Dom João I, mas cedo abandonaria o Cristianismo, pressionado por algumas facções da nobreza que não aceitavam a nova religião. Após a sua morte, e no termo de uma
luta su-cessória fratricida, ascendeu ao trono Dom Afonso I, o
mais importante rei da história luso-congolesa.
Durante o seu reinado, entre 1506 e 1543, Dom Afonso I expandiu as fronteiras do reino, fortaleceu a centralização do poder real, desenvolveu a capital, disseminou o Cristianismo e a educação formal e procedeu a uma intensa «ocidentalização» no plano religioso e político-institucional.
Não conseguiu, no entanto, apesar de ter enterrado viva a própria mãe por esta se recusar a tirar um antigo ídolo que tinha ao pescoço (não eram só os portugueses que tinham fé nas suas crenças!), que a nova religião erradicasse por completo as tradições religiosas locais, do que resultou um complexo religioso original e híbrido. Com a sua morte, na segunda metade do século XVI, as relações luso-congolesas entraram em lento mas progressivo colapso, para se deteriorarem ainda mais no reinado de Dom Garcia Afonso II (1641-1663), período em que o Congo se aproximou dos holandeses que haviam
ocupado Luanda. Rejeitando a pressão holandesa para abandonar o catolicismo, o rei limitou-se a trocar os padres portugueses por frades capuchi-nhos italianos e espanhóis.
JOSÉ MENA ABRANTES, nascido em Malanje, é licenciado em Filologia
Germânica na Faculdade de Letras de Lisboa. Nessa cidade iniciou, em 1967, a sua actividade teatral, no grupo cénico da Associação Académica da Faculdade de Direito. Fez na Fundação Gulbenkian
cursos de actuação e direcção teatral, sob direcção do argentino Adolfo Gutkin.
Em Louvain/Bélgica, seguiu seminários de análise dramatúrgica e cenografia, orientados pelos franceses Bernard Dort e Denis Bablet. Na Alemanha, dirigiu o grupo La Busca, de estudantes e trabalhadores espanhóis. De regresso a Angola, em 1974, foi co-fundador do Tchinganje, primeiro grupo teatral depois da Independência, e do Xilenga. Dirigiu também o grupo da Faculdade de Medicina e criou, em 1988, o Elinga-Teatro, de que é director. Jornalista e escritor, publicou 19 peças de teatro, três livros de poesia, três de ficção e vários estudos sobre teatro e cinema em Angola. É membro da União
de Escritores e da Academia Angolana de Letras. Venceu por três vezes o Prémio Sonangol da Literatura (1986/1990/1994). Recebeu, em 2006, o Diploma de Mérito do Ministério da Cultura, pela sua «significativa contribuição ao desenvolvimento da dramaturgia em
Angola», e, em 2012, o Prémio Nacional de Cultura e Artes, na categoria de Literatura.
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Copyright: © José Mena Abrantes/Mayamba Editora, 2019
Colecção: NZADI
Título: Kimpa Vita – a profetisa ardente
Autor: José Mena Abrantes
Editor: Arlindo Isabel
Design, Paginação e Capa: Carlos Roque
1.ª edição: Luanda, Julho 2019
Tiragem: 2000 exemplares
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Camama Estrada Direita do Calemba 2, Município de Belas – Luanda-Sul
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Depósito legal: 8974/2019
ISBN: 978-989-761-215-2
Edição alusiva ao FESTIKONGO (5-8 de Julho de 2019) e em homenagem a MBANZA KONGO, PATRIMÓNIO MUNDIAL DA HUMANIDADE
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