• (+244) 921 169 450
  • geral@loja.lello.co.ao

CATEGORIAS

Escrever Angola. Diálogos Multidisciplinares

12 500,00 kz - eBook*

*O livro ficará disponível na sua área privada, não sendo possível fazer download ou impressão.

O livro oferecem uma ampla gama de pontos de vista oriundos de áreas de estudo distintas, reunindo diversas vozes num único coro que se propõe compreender o que significa a Angola contemporânea. Das sempiternas questões em torno das políticas de...

Preview
Professor Phillip Rothwell
(Oxford University, UK)

Surrealismo do Quotidiano, de Djina, foi sem dúvida um dos mais interessantes romances angolanos publicados em 2014. Há vários anos
que Djina reside em Portsmouth, cidade portuária conhecida pela
maioria das crianças inglesas como o local onde, em 1545 – durante a
Batalha do Solent que opôs a armada Tudor à sua congénere francesa
–, se afundou o navio-almirante da frota de Henrique VIII, o Mary
Rose, exactamente três décadas antes da chegada de Paulo Dias de
Novais à Ilha de Luanda. O romance tem lugar na Ilha de Wight, a
maior ilha ao largo da costa britânica, separada de Portsmouth pelo
estreito de Solent. Jasmim, a sua protagonista, é uma jovem angolana em auto-exílio que ambiciona ser escritora e enfrenta, ao mesmo
tempo, os desafios de criar um filho no século XXI. Jasmim torna-se,
efectivamente, mãe solteira quando o seu marido inglês aceita uma
proposta de trabalho na Tailândia e ela decide não o acompanhar,
permanecendo na Ilha de Wight com vista a perseguir o seu sonho
de uma carreira na escrita. Quis o destino que uma das mais extravagantes personagens da literatura angolana, Dona Margarida, se
viesse hospedar em casa da protagonista para uma breve visita que
logo se converte numa longa estadia, durante a qual a autodenominada Tia-Mãe impõe toda uma série de hábitos angolanos esteretipados – música, dança, alimentação – a uma Jasmim cada vez mais
exasperada.

O romance oferece-nos uma brilhante análise das tribulações da
vida de imigrante na Grã-Bretanha contemporânea. Em simultâneo,
tudo gira em torno de Angola e, mais especificamente, do que significa ser angolano – uma questão que, desde o momento em que foi verbalizada, tem sido assolada pelos temas do colonialismo, do conflito e da corrupção, mas que se tem caracterizado, igualmente, por uma riqueza cultural e um compromisso político que deram origem a uma nova nação. A tensão fulcral deste romance é a que opõe a mundividência transnacional de Jasmim – procurando rejeitar o ónus da herança angolana – ao forte enraizamento de Dona Margarida numa Angola atávica – pelo qual recusa adaptar-se a um mundo em transformação. O romance permite a reconciliação entre esses dois polos – o global e o local; o cosmopolita e o endémico – na sua derradeira definição do tipo de nação que Angola poderia vir a ser.

Djina é, como se sabe, o pseudónimo de Dina de Sousa e Santos, socióloga e organizadora deste inovador volume. De certo modo, Escrever Angola: Diálogos Multidisciplinares prolonga uma série de debates encetados em Surrealismo do Quotidiano, transportando-os para um plano mais académico. Como sugere o próprio título, os vinte artigos e a introdução deste livro oferecem uma ampla gama de pontos de vista oriundos de áreas de estudo distintas, reunindo diversas vozes num único coro que se propõe compreender o que significa a Angola contemporânea. Das sempiternas questões em torno das políticas de linguagem às inquietações sobre o impacto ambiental e as pressões resultantes da pandemia, este volume procura justapor diferentes tipos de especialização que, embora tomando Angola como principal enfoque, abordam temas que em muito excedem as suas fronteiras geográficas.
Uma vez mais, a ideia de Angola concilia conhecimento local e alcance global. Este livro inclui historiadores, jornalistas, economistas, linguistas e sociólogos, entre outros, envolvidos num diálogo diversificado onde se cruzam diferentes saberes, e que nos devolve uma percepção matizada sobre o facto de Angola, sendo uma e apenas uma, nunca ter deixado, ao mesmo tempo, de ser múltipla.
Phillip Rothwell
Universidade de Oxford

Dina de Sousa e Santos, PhD (Organizadora) Dina de Sousa e Santos é professora de Sociologia e Criminologia nas Universidades de Portsmouth e Solent, no Reino Unido. Foi, durante sete anos, coordenadora de Igualdade, Diversidade e Inclusão (Equality, Diversity and Inclusion) no Barton Peveril College, onde também exerceu a função de staff governor. Em 2009, terminou o doutoramento sobre Relações Transnacionais, especializando-se em raça, género, transnacionalismo e estudos cubanos. Escreveu o artigo Reading Beyond the Love Lines: Examining Cuban Jineteras — Discourses
of Love for Europeans, um estudo sobre relações íntimas entre cubanos e europeus. Dina é autora da novela Surrealismo do Quotidiano, uma história de ficção que explora imigração, maternidade e angolanidade.
@ Dina de Sousa e Santos/MAYAMBA EDITORA, 2024
Título: Escrever Angola. Diálogos Multidisciplinares
Colecção: Biblioteca da História
Organização: Dina de Sousa e Santos (Organizadora)
Revisão linguística: Mayamba Editora
Capa e paginação: Carlos Roque
Editor: Arlindo Isabel

Edição
Rua da Liga Nacional Africana, n.º 13, Maculusso. Distrito Urbano de Ingombota, Município de Luanda; Luanda, Angola. Caixa postal: 3462.
Telefone (+244) 93193026 | 927 648 964 | 911 564 614 .
E-mail: mayambaeditora@yahoo.com. Site: mayambaeditora.com. Facebook: Mayamba Editora

Impressão e acabamento: SOPOL
1.ª edição: Outubro 2024
Tiragem: 1000 exemplares
Depósito Legal n.° 12218 / 2023
ISBN: 978-989-761-482-8

Toda a reprodução desta obra, por fotocópia, offset, fotografia ou por outro qualquer processo, sem prévia autorização escrita do editor, torna-se ilícita e passível de procedimento judicial. Seja
original! DIGA NÃO À CÓPIA