Niketche: Uma História de Poligamia é o livro mais famoso de Paulina Chiziane. A narrativa apresenta as principais características
literárias das obras da autora, como a prevalência da voz feminina. Marco da literatura moçambicana, Niketche é uma obra que questiona as tradições, e debate, como nunca antes, a condição feminina na sociedade moçambicana,além de destacar a diversidade cultural de Moçambique.

A protagonista e as outras esposas decidem unir-se.
A princípio, Tony não gosta nada dessa amizade, mas as mulheres resolvem fazer uma “escala conjugal”. Assim, o marido pode ficar uma semana com cada uma delas. Quando Tony é supostamente atropelado e morre, Rami tem um relacionamento sexual com Levy, o irmão do marido.

O relacionamento com o cunhado, após a morte do esposo, é parte da tradiçãono país. No entanto, o suposto cadáver de Tony estava desfigurado, e logo fica evidente que o marido de Rami está vivo. Assim, ao voltar para casa, ele descobre que o seu irmão é mais um integrante daquela “dança do amor”
(niketche).”

PAULINA CHIZIANE nasceu a 4 de Junho de 1955, na vila-município de Manjacaze (província de Gaza),Moçambique.
Depois de publicar alguns contos na imprensa, estreou-se com A balada de amor ao vento, em 1990. Além deste e de Niketche – uma história de poligamia (2002), é ainda autora de Ventos do apocalipse (1993); O sétimo juramento (2000); O alegre canto da perdiz (2008); As andorinhas (2009); Eu, mulher: por uma nova visão do mundo (2013); Ngoma Yethu: o curandeiro e o Novo Testamento (2015); O canto dos escravizados (2017).

Em 2021, tornou-se a primeira mulher africana a ser distinguida com
o Prémio Camões, a mais prestigiosa honraria conferida a escritores de Língua Portuguesa, patrocinada pelos governos do Brasil e de Portugal.