SOBRE O LIVRO
“Toca os anjos da alma de quem a ouve. Põe a totalidade do sangue a arder dos pés àcabeça. Só não dança quem não sabe ou não gosta de todo de dançar o nosso semba.
Metamorfose perfeita do mimbu em semba instrumentalizado. Função sempre vigente da tradição e o seu contributo para festejar a modernidade. Não existe uma total dicotomia entre o passado e o presente. [...] Esta compilação de cantares e poemas de Carlos Lamartine diz-nos que a grande marca de África e dos africanos, nesta era Android, é somente a nossa cultura. [...] O que temos é uma cultura muito própria, um ritmo-emoção que nos faz suar, temos contos especiais, cantares que adormecem os leões da savana e um tã-tã que faz vibrar as paredes do coração. Carlos Lamartine é dos que defendem que se perdermos a nossa matriz cultural só poderemos tornar-nos iguais aos outros, e assim, nós, depois de perdermos a fala bantu para o mundo, como poderemos mostrar diversidade neste mundo global?”

CARLOS LAMARTINE Natural de Benguela, é formado em História, funcionário público reformado e músico semiprofissional desde 1956. Fundou os grupos musicais «Os Kisweyas» (1957-1959), «Os Muloges do Ritmo» (1959), «Os Makoko Ritmos» (1964) e «Os Cavaleiros do Céu» (1966); foi vocalista do conjunto musical «Os Águias Reais», em 1970; e integrou o conjunto musical «Os Kiezos», substituindo
temporariamente Vate Costa. Ingressou na Função Pública em 1971, onde desempenhou funções de escriturário de 3.a classe, director nacional da Acção Cultural, assessor principal de 1.o escalão e adido cultural da República de Angola no Brasil. É Prémio Nacional de Cultura e Artes, no domínio da Música (2017).