F. TCHIKONDO
É o pseudónimo literário de Francisco Queiroz, nascido no Kuito, Bié, Angola.
Advogado de profissão, lecciona Direito Económico na Universidade Agostinho Neto desde 1985, actualmente com a categoria de Professor Associado. É o actual Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos da República de Angola.
É licenciado em Direito pela Universidade Agostinho Neto, Luanda – Angola, Pós-graduado em Direito Económico Internacional pela Universidade Agostinho Neto, Luanda - Angola e pela Universidade de São Paulo – Brasil, Mestre em Ciências Jurídico-Económicas pela Universidade Clássica de Lisboa – Portugal.
Foi Decano da Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto e exerceu sucessivamente os cargos de Magistrado do Ministério Público nas Forças Armadas; Assistente Diplomático do Presidente da República; Secretário do Presidente da República para os Assuntos Políticos e Parlamentares e Ministro da Geologia e Minas.
Brigadeiro na reforma e Embaixador de carreira, é membro do Centro de Estudos Estratégicos de Angola (CEEA).
É autor de várias obras e textos publicados em livro e revistas de especialidade, em Angola e no estrangeiro.
É casado e tem três filhos.
O Grande Império Kassitur
Como será Angola daqui a 150 anos?
É a esta impertinente pergunta que a audácia de F. Tchikondo ousa responder. Em vez de audácia, alguns preferirão dizer atrevimento. E não apenas ao “como será o País” mas também ao “como lá chegou”.
O autor socorre-se do que se poderia comodamente chamar ficção científica, mas é bem mais que isso, pois se de facto deparamos nestas páginas com Física Quântica, Levitação Magnética em meios de transporte ou outros domínios explorados por vários escritores de ficção científica, descobrimos além disso surpreendentes substitutos do matrimónio costumeiro e os nossos tipos de família, fugindo à tradição africana e europeia, por exemplo. Há excursões pela antropologia que podem ferir preconceitos adquiridos, identidades. Conceitos de jurisprudência e sistemas políticos considerados hoje sólidos deixam de ser perenes e a própria ética merecerá alguns arranhões, como é o caso do interessante conceito económico de “Gestão em águas turvas”, tão actual nos dias de hoje com outro nome. Audácia também apostar no turismo como factor de desenvolvimento. Outro tabu a ser rompido será a descentralização num país hoje no auge do centralismo, elegendo o Planalto Central como novo núcleo renovador do poder político. De facto, há muito sumo a escorrer das páginas deste livro.
Em breves palavras, o romance obriga-nos a pensar e chegar à conclusão que nada é extático, tudo pode sempre mudar. Neste caso, pelo optimismo próprio do autor, será para melhor.
Saúde-se pois F. Tchikondo pelo seu novo livro, fácil de ler e atractivo, saído de uma fértil imaginação e muito pensamento.
Pepetela