À medida que fui lendo o texto, crescia a minha curiosidade de historiadora, interessada no que as memórias pessoais possam trazer à nossa memória colectiva e, também, nas novas pistas que se oferecem à investigação histórica. Mas mesmo sem esse interesse profissional, as Notas Soltas do nosso actual Embaixador na China mantêm todo o valor do testemunho directo e são bem elucidativas sobre a sua posição perante a vida, a política e as relações humanas.
Garcia Bires deixa aqui um contributo muito pessoal, mas, simultaneamente, muito revelador do esforço colectivo que permitiu chegar àquele 11 de Novembro de 1975, em que se proclamou “perante a África e o Mundo” a independência de um novo país.

Professora Maria da Conceição Neto,
In Prefácio

João Garcia Bires é licenciado em Direito pela Universidade Patrice Lumumba, em Moscovo. Desempenhou, desde 1975 e durante os anos 80 e 90, várias funções, quer a nível universitário como ministerial, entre elas prelector de Economia Política, Vice-Reitor da Universidade de Angola, actual Agostinho Neto. Foi embaixador Extraordinário e Plenipotenciário na Namíbia, Moçambique, Malawi, Comores, Madagáscar e Suazilândia. Em 2009/10 exerceu como prelector em Moçambique, no Instituto Superior das Relações Internacionais e na Academia de Polícia, tendo sido membro do Comité de conselheiros do Programa de Mestrado em Gestão de Políticas Económicas da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo. Presentemente é embaixador Extraordinário e Plenipotenciário nas Repúblicas Popular da China, Mongólia, Democrática e Popular da Coreia e na Islâmica do Paquistão.
Em 2013 foi galardoado com o Prémio Personalidade do Ano pela Associação Chinesa de Amizade com os Países Estrangeiros. É autor de várias obras, quer em poesia como em prosa.
Em prosa: Dia de Calendário, Silêncio Acordado, Olhadelando, poesia dispersa, Cantares de um Dia, e Expressão; e, em prosa: Estorietas do Meu Beco e Conversas Perdidas.