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DIÁRIO DE UM EXÍLIO SEM REGRESSO

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Em determinado ângulo de análise na literatura clássica do mundo ocidental, podemos afirmar que, genericamente falando, os diários apareceram como obras de navegadores, de militares, de exploradores, de astronautas ou de individualidades...

Em determinado ângulo de análise na literatura clássica do mundo ocidental, podemos afirmar que, genericamente falando, os diários apareceram como obras de navega dores, de militares, de exploradores, de astronautas ou de individualidades que desempenharam
ou desempenham missões espe ciais que envolvem riscos de vida.

O Diário de Deolinda enquadra-se perfeitamente nesta área da
literatura clássica, pois acaba por desempenhar uma missão que
ela sabia ser de alto risco. Lendo-o atentamente, fica-se com a ideia perfeita de que ela própria estava consciente de que se encontrava a cumprir uma missão de vida ou morte. Esta ideia atravessa todo o livro: abandonar a família, o país, a mãe, os amigos, em busca de um ideal que estava acima de tudo e todos ( a libertação do povo angolano da opressão colonial, seguindo um caminho incerto).
Ao folhear o livro, nota-se que Deolinda sabia das inúmeras dificuldades e perigos que enfrentava e, a determinada altura, verifica-se que ficou também envolvida numa nuvem tenebrosa sobre o
seu próprio futuro. Contudo, continuou firme e colocou à frente a
ideia da vitória da missão que estava a cumprir.
Visto por este ângulo, o pensamento do Diário de Deolinda
passou da área da literatura de memórias para a área das epopeias.
Deolinda lutou contra todas as adversidades como Ulisses, na
mitologia grega. Abandonou o País para ir estudar Sociologia no
Brasil. E, pouco depois, abandonou também os estudos de Sociologia para ir ao encontro do seu destino já devidamente desenhado na sua cabeça. Acabou por abandonar também o Brasil, passando por diversos países. Passou pelos EUA, atravessando algumas nações europeias, para, finalmente, se juntar à Luta de Libertação Nacional conduzida pelos seus camaradas no Congo Léopoldville.
Portanto, enfrentou a polícia, a fome, as adversidades de exílio pelos países por onde passou até chegar ao Congo.
O Diário de Deolinda Rodriguesé, assim, uma grande contribuição no campo das Ciências Sociais, pois entra no questionamento da natureza humana. Não temos dúvidas de que, se ela vivesse, a sua audácia e a sua força espiritual de enfrentar o homem a favor dos oprimidos, o seu amor à terra, ao povo e à Pátria, despertaria, hoje, a consciência de muitos de nós.

Descanse em paz, Deolinda, a sua mensagem é claramente captada pelas novas gerações.

O seu nome completo é Deolinda Rodriguês Francisco de Almeida. Sendo "Langidila" o nome de guerra. Nasceu em Catete no dia 10 de Fevereiro de 1939, filha de um casal de professores primários e a terceira de cinco irmãos.
O pai acumulava as tarefas de ensino com as de pastor evangélico. Na adolescência, viveu em Catete, Caxicane, Barra do Dande, Kitongola (Caxito) e Ndalatando, lugares lugares onde o pai tinha sido indigitado a prestar os serviços religiosos. Mais tarde viveu em Luanda. Onde estudou na Escola Missão Evangélica e no Liceu Nacional de Salvador Correia, deslocando-se em períodos de férias a Camabatela, Negage e Kitexi (Uíge), onde o pai e outros familiares haviam sido colocados.

Desde muito jovem, Deolinda lia e escrevia muito, tendo a certa altura integrado a Direcção do jornal "o Estandarte", órgão da Igreja Metodista, no qual publicava os seus poemas e novelas, cujos temas eram sobretudo a Pátria angolana e o combate contra injustiças que o povo sofria.
Deolinda Rodrigues ingressou no MPLA pouco depois da constituição do mesmo. Em Leopoldville, capital do Congo ex-Belga, Deolinda ajudou a criar estruturas da OMA - Organização da Mulher Angolana e mais tarde destacou-se ao serviço do CVAAR - Corpo Voluntário Angolano de Apoio aos Refugiados.
Na primeira conferência Nacional do MPLA realizada em fins de 1962, foi eleita membro do Comité Director, responsável pelo Departamento de Assuntos Sociais.

Assim como outras quatro militantes do MPLA, Deolinda foi capturada no ano de 1967, na localidade de Kamuna (na altura Congo - Leopoldville), pelos carrascos da organização política rival - a UPA (FNLA), quando regressava de uma missão contra o colonialismo português no interior do território angolano. Tendo sido encarcerada com as suas companheiras no campo no campo de concentração de Kinkuzu (base militar da UPA), viriam posteriormente a ser torturadas e executadas, em momento e circunstâncias até hoje não esclarecidas.
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Copyright: © Familiares de Deolinda Rodrigues/Mayamba Editora, 2017
1ª edição, Luanda, Editorial Nzila, Novembro de 2003
Colecção: Biblioteca da História
Título: DIÁRIO DE UM EXÍLIO SEM REGRESSO
Texto introdutório de Cornélio Caley
Autora: Deolinda Rodrigues (Langidila)
Prefácio de Cornélio Caley
Editor: Arlindo Isabel
Revisão e fixação do texto: Roberto de Almeida
Fotos da capa e dos anexos
Arquivos de Roberto de Almeida e Paul Blake
Design e capa: Carlos Roque
Impressão e acabamento Imprimarte, Lda.
Edição: Mayamba Editora, 2017
MAYAMBA EDITORA, LDA.
Condomínio Vila Rios, Rua Rio Cuango, n.º 16, Camama Estrada Direita do Calemba 2 Município de Belas – Luanda-Sul/Angola
2.ª edição – Revista e actualizada, Luanda, Janeiro de 2018
Tiragem: 2 000 exemplares
Depósito Legal: 7414/2016
ISBN: 978-989-761-089-9

TODA A REPRODUÇÃO DESTA OBRA, POR FOTOCÓPIA, SOBRETUDO, OU POR OUTRO QUALQUER PROCESSO, SEM PRÉVIA AUTORIZAÇÃO ESCRITA DO EDITOR, TORNA-SE ILÍCITA E PASSÍVEL DE PROCEDIMENTO JUDICIAL, CONFORME A LEGISLAÇÃO EM VIGOR.