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Do Tsunami Económico á Solução Utópica - Versão Português

3 250,00 kz - eBook*

*O livro ficará disponível na sua área privada, não sendo possível fazer download ou impressão.

Lançamento feito em 2011 - Uma análise simples e pouco comum para um problema que o autor pensa não estar resolvido, "O PROBLEMA ECONÓMICO MUNDIAL" e que, na sua óptica esta simplesmente a ser "empurrado" com a "barriga" e com emissões de moeda em vazio o que apenas vai agudizando o problema pois não é acompanhada pelo seu equivalente em FORÇAS PRODUTIVAS; Qual D. Branca, há-de chegar o momento que "implode" ( ou "explode" ) como quizermos chamar.

Adicionais:

“DO TSUNAMI ECONÓMICO À SOLUÇÃO UTÓPICA”

Primeiro tive uma sensação de estranheza: pedirem-me para apresentar um livro de cariz económico? É certo que na licenciatura de sociologia na Argélia, ainda seguindo o padrão francês, tive umas seis disciplinas de economia, entre as quais uma intitulada “Crises e crescimento”, em que o professor, da boa escola capitalista francesa, nos tentava convencer que as crises do dito sistema não só eram necessárias, como uma oportunidade para o crescimento, percorrendo as pisadas do guru de então, o famoso Schumpeter.
No caso desta apresentação, como se tratava do meu amigo Rui Santos, não recusei e li o livro. De leitura fácil, mesmo para os leigos na matéria, revela o traço de visionário do autor, o qual já tinha apercebido há muito tempo num episódio passado entre os dois e que vou revelar.

O meu primeiro computador foi comprado na Sistec, um pesadão Sharp, se a memória não me falha, de mais de sete quilos. Muito peso para um portátil, ainda mais para quem sofria de hérnia do disco (da coluna, não do disco duro, entenda-se!). Mas era o mais moderno que existia cá na época. Com ele viajei e nele escrevi o livro “A Geração da Utopia”, em Berlim. De regresso a Angola, com o livro publicado, fui tendo conhecimento de portáteis mais pequenos e muito mais leves, além de potentes. Numa apresentação na Filda, encontrei o Rui Santos e contei-lhe a história do trabalhão que me deu levar o computador para Berlim, das trapalhadas com as seguranças das companhias aéreas e rimo-nos com isso. Surge então o que queria revelar. O Rui Santos pergunta de repente, “o livro está no computador, como é lógico.

Proponho-lhe um negócio: -
Entrega-me essa máquina só com o arquivo do livro e eu retribuo com um da nova geração, de apenas três quilos e uma rapidez assustadora. Tenho a intenção de criar o Museu da Informática um dia e essa peça fica guardada para a altura, que as pessoas poderão manipular e ver que realmente o livro lá está no original.” É claro que aceitei imediatamente.
O Museu ainda não foi criado, mas certamente será. O Rui é persistente, além de visionário. Esta pequena história, entre outras que poderia contar, mostra um dos seus traços de carácter, dar importância a coisas simbólicas, sem fazer de contabilista. Pois se teve formação em contabilidade e ainda a utiliza, a sua imaginação está muito para lá de números e contas de deve e haver. Observa, lê, reflecte, e acaba por estar um passo à frente. Sempre !

Eis a razão por que este livro incomoda. E pode incomodar muita gente, apegada a velhos conceitos, alguns dos quais se tornaram cânones da economia, disciplina que se pretende ciência, mas que na maior parte das vezes apenas é ideologia disfarçada. Rui Santos, neste livro, apresenta ideias que atiram para canto aquilo que muitos de nós, de qualquer bordodo pensamento em ciências sociais, adquirimos como definitivamente certo. Não é por acaso que verão nas diferentes opiniões expressas e publicadas na contracapa e no prefácio a frase, mais ou menos modulada mas com o mesmo epicentro, e cito: “uma pessoa pode não estar de acordo com o autor, mas...”
Eu também diria o mesmo se não estivesse aqui, e com todo o prazer, a apresentar este verdadeiro tsunami intelectual sobre os problemas que nos preocupam neste momento.

A crise actual do capitalismo, pois afinal é disso mesmo que se trata, além de ser a mais aguda da História, também tem a particularidade de ser absolutamente global. Ai de quem pense que está a salvo dos seus salpicos ou da sua vaga tenebrosa.
Uns comentadores atiram as culpas para certos governos, sobretudo na Europa onde, de repente, descobriram que os líderes obrigam os outros a trabalhar e eles próprios não põem os seu neurónios em labor produtivo. Lideranças fracas, diz-se.

Também se acusam algumas cigarras descuidadas, dirigindo países que se endividaram alegremente pois outros iriam pagar os kilapis, países do sul da Europa, esquecendo que tudo se revelou ou começou nos Estados Unidos. Para outros publicistas os grandes culpados são os especuladores financeiros, com o seu corolário prático, as agências de rating. Num texto que publiquei há meses chamava a este actual capitalismo o dos ratos, por causa destas agências, sempre a ratarem o dinheiro alheio, as quais não passam de um instrumento mal escondido de um limitadíssimo número de especuladores que dominam o mundo da finança e, portanto, o universo.
Da mesma maneira que existe o capital agrário, o capital industrial, o financeiro, o comercial, hoje deveria considerar-se também o capital especulativo, o verdadeiro senhor de todos nós, embora aparentemente virtual. Bem sei que há gente em desacordo total com estas heresias profanando o solo sagrado do sistema político-económico menos imperfeito à face da Terra, e talvez até o Rui Santos discorde, mas essa é a minha ideia, sem grandes argumentos, diga-se de passagem.

Felizmente os escritores não precisam de provas, vivem de intuições. Pois bem, o autor de “Do Tsunami Económico à Solução Utópica” tem a sua explicação para os sustos que vivemos e a ousadia de propor uma solução, que ele próprio intitula de utópica. Como sabem, sou um adepto incondicional de utopias e costumo dizer que procurar o impossível permite encontrar o possível. É esse o papel da utopia. Mostrar um caminho, apontar para uma luzinha azul lá no fundo do horizonte que faça os homens caminhar, encontrem ou não mel no fim da sua busca.

Comungo inteiramente das preocupações do autor sobre as consequências sociais da actual situação e também com uma das soluções propostas, que é de tudo fazer para tentar dar emprego a toda a gente ou quase. Esta devia ser a grande finalidade, estando neste caso a pensar em Angola. O trabalho continua a ser, digam o que disserem os seus detractores com muitos doutoramentos na arte de ficar com o dinheiro dos outros, a base de sustentação, não só de uma economia, mas de um país ou até da humanidade. E, associado ao trabalho, vem o esforço exigido no crescimento e melhoria constante da qualificação profissional e portanto da educação. O verdadeiro desenvolvimento passa por um sistema educacional avançado, exigente, rigoroso e alargado o mais possível. Sem isso, não há redenção.

Da mesma maneira, este livro propõe uma ideia mas sobretudo um caminho, ideia envolvida por algumas afirmações fortes e uma proposta quase herética. A ideia subjacente a todo o livro, e que retenho com particular carinho, é a da necessidade de se discutirem os assuntos, avançar com sugestões, sem medo de errar, rompendo tabus económicos, culturais e sociais, porque o que conta é um consenso final. Uma pedrada no charco, como se diz em bom português.

Rui Santos, por nos compelir a pensar sobre assuntos complicados mas apresentados de forma simples, por nos levar a trocar opiniões, mesmo as mais fantasistas, merece o nosso obrigado pela sua ousadia, obrigado por estar sempre na linha da frente.

Pepetela
Copyright: © Rui Santos /Mayamba Editora, 2011
Colecção: Mayamba Economia

DO TSUNAMI ECONÓMICO À SOLUÇÃO UTÓPICA
Reflexões sobre as verdadeiras razões da crise económica internacional

Autor:
Rui Santos

Prefácio:
Lago de Carvalho

Revisão Técnica:
Sílvia Ochôa Arez

Edição:
Mayamba Editora, 2011

Editor:
Arlindo Isabel

Rua 3, n.º 231, Urbanização Nova Vida
Município de Kilamba Kiaxi – Luanda-Sul/Angola
Cx. Postal 34 62
E-mail: mayambaeditora@yahoo.com
Site: www.mayamba.com

Design:
Carlos Lungiyeki

Impressão e acabamento:
Damer Gráficas, SA

1.ª Edição:
Luanda, Novembro de 2011

Tiragem:
1 000 Exemplares

Depósito legal n.º 5467/2011
ISBN 978-989-8528-21-6